Onde e quando surgiu a pipoca?
Ninguém sabe ao certo. Há indícios de que no Antigo Egito, na Antiga China e na Civilização Inca já se comia pipoca, mas tudo indica que ela surgiu na América há mais de mil anos. Os primeiros europeus que chegaram ao continente descreveram a pipoca, desconhecida para eles, como um salgado à base de milho usado pelos índios tanto como alimento quanto como enfeite para o cabelo. Os índios astecas usavam a pipoca em diversas cerimônias. O navegador espanhol Bernardino de Sahagun fala em seus escritos que, em uma delas, as mulheres dançavam usando coroas feitas com o petisco. Eles também enfeitavam as estátuas de seus deuses, principalmente Tlaloc (deus da chuva e da fertilidade), com colares e outros ornamentos de pipoca Sementes de milho usadas para fazer pipoca foram encontradas por arqueólogos não só no Peru, como também no atual Estado de Utah, nos Estados Unidos, o que sugere que ela fazia parte da alimentação de vários povos americanos. Sabe-se, porém, que inicialmente os índios preparavam a pipoca com a espiga inteira sobre o fogo. Depois, eles passaram a colocar só os grãos sobre as brasas até inventarem um método mais sofisticado: cozinhar o milho numa panela de barro com areia quente. O princípio é sempre o mesmo: fazer o grão de milho explodir.
Era moderna
O petisco tornou-se muito popular nos Estados Unidos durante a Grande Depressão, que ocorreu no final do século XIX. Era uma das poucas delícias a preços acessíveis à população pobre. Há registros, inclusive, de um dono de banco que entrou em falência e, para se manter, resolveu comprar uma máquina de fazer pipoca. Pouco tempo depois, ele já havia recuperado parte do antigo negócio. A história do Valdir não é muito diferente: nascido em São Mateus do Sul, ex-boia-fria, tornou-se sucesso nacional por causa da sua pipoca. A primeira máquina portátil de fazer pipocas foi inventada pelo norte-americano Charles Cretors. Ele apresentou sua criação durante a Exposição Mundial Colombiana, realizada em Chicago (EUA) em 1893.
Durante a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos enviavam açúcar para suas tropas em quantidade insuficiente para a produção de doces. Isso os levou a fazer pipoca três vezes mais do que o normal. Nos anos 1950, com o surgimento da televisão, as pessoas compravam pipoca para comer em casa, coisa que só era feita nos cinemas e teatros até então. A pipoca de microondas foi patenteada nos Estados Unidos em 1981 pela empresa General Mills. Na década de 1990, sua produção gerava vendas anuais de 240 milhões de dólares nos Estados Unidos.
Científico
Algumas tribos indígenas americanas costumavam dizer que os espíritos viviam dentro de cada grão de pipoca. Os espíritos estavam em paz, mas quando suas “casas” eram aquecidas eles ficavam furiosos, fazendo com que o grão pulasse e finalmente estourasse libertando o espírito, que saía sob a forma de uma névoa. Mas atenção: não se deixe enganar! O que acontece é que dentro de cada grão de pipoca existe uma pequena quantidade d’água, cercada por uma pequena camada macia. Quando você aquece o grão de pipoca, seja com óleo ou microondas, essa água começa a se expandir, e a pressão se torna tão intensa que ela explode o grão e expande a camada macia, que é a parte branca da pipoca (onde você coloca sal). Essa é a verdadeira explicação científica de porque a pipoca estoura.
Pipoca é milho, que contém fibras solúveis, carboidratos complexos, alta quantidade de proteína, além de sais minerais importantes para a nutrição, como ferro e cálcio. Moderando o sal (cuidado com a pressão!) e evitando a gordura ou manteiga, pode-se comê-la normalmente, mesmo estando de dieta.